quinta-feira

produtor

o produtor é quem manda na música. não tem quem diga, quem dizer o contrario tá errado. eu não sou um expert em produtor de música em geral, mas de rap, xá comigo, rapá!
os produtores, desde o começo, mandam no rap. foi com afrika bambaata, grandmaster flash, e ai a parada evoluiu.
perto dos anos noventa, quando começa a golden era aí vem os fera. começa com o de la soul, que revoluciona o jeito de samplear, mas com isso veio uma pancada de coisa classe, eric b, the ummah, dj muggs, dj premier, rza e coisarada.
mais a parada fica maquinada quando o hip hop fica meio fraco e o cara mais forte é o puff daddy. o rap fica mó palhoso, meio que esses caras, os produtores, dizem e desdizem quem é e quem não é. isso não é de todo ruim, o dr dre fez muito bem com eminem, xzibit e agora com o the game. antes bastava talento, agora tem que ter um padrinho.
agora tô vendo que, eu, na verdade, queria falar sobre a maravilhosa arte de se fazer beats e estou fazendo um histórico que nem conheço direito.
então voltando, eu quero elogiar o rza, dj premier, 9th wonder. três produtores que estão no topo do mundo da produção.

foi mal as voltas.

valeu

quarta-feira

um ensaio

ouvindo o boomshot dessa semana, que começa com o ny state of mind do nas, me lembrei daquele som streets of new tork, que é meio que uma regravação do ny state of mind. a diferença tá na letra, e em quem canta. ao invés de ser do nas, é alicia keys com o nas e o rakim. o que eu acho loco nesse som, além de que pega um sample da mesma base com a voz do nas que dá um toque bem loco, é a junção de dois gênios do rap e junta num só som pra uma mixtape, e fora a mistape, que eu não sei qual é nunca foi lançada oficialmente.
assim, dá pra ver que esses três fazem o que fazem por gosto. imagina juntar duas lendas vivas com uma das melhores cantoras da atualidade pra fazer uma música que bem pouca gente conhece, não saiu nem um 12", nem no disco da alicia keys, nem nada.
fazer com prazer é o sonho do mundo, e ainda mais uns caras que vem do gueto, que lutaram, que já nasceram marginais, dão um olé, no melhor estilo robinho, no destino, estereotipado, e se dão mó bem maluco.

tô até rindo agora, tô mais feliz.

valeu

segunda-feira

problemas do brasil

Para atualizar a lista de problemas do governo
Por Murillo de Aragão e Cristiano Noronha, da empresa de consultoria Arko Advice:
"O governo enfrenta uma série de problemas. Para resolvê-los precisará de muito esforço e paciência e, além disso, promover ajustes na coordenação política. Vamos a eles:
SEVERINO
Faz ameaças constantes ao governo e cria algumas dificuldades. Na semana passada, ameaçou fazer pronunciamento em cadeia de rádio e TV para esclarecer que as votações não acontecem na Câmara porque o governo obstrui as votações.
BSE ALIADA
Está profundamente insatisfeita com o governo. Os problemas são os de sempre: o governo não cumpre acordos, não há liberação de emendas dos parlamentares e ministros não dão o devido tratamento aos congressistas.
AGENDA DE VOTAÇÕES
Está absolutamente paralisada. Há semanas a pauta da Câmara está bloqueada por medidas provisórias. O governo tem recorrido à obstrução para evitar que projetos sem acordo entrem na pauta de votações, como, por exemplo, a reforma tributária.
DENÚNCIAS
Dois integrantes do governo enfrentam problemas jurídicos: o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Previdência, Romero Jucá. Embora nada tenha sido provado contra os dois, o assunto desgasta a imagem do governo e aumentam pressões políticas pela saída de ambos. Severino pediu, por exemplo, a saída de Meirelles do BC. Neste final de semana surgiu novo problema: denúncia de corrupção envolvendo o presidente do PTB, Roberto Jefferson.
GILBERTO GIL
O ministro da Cultura está profundamente irritado com o governo pelo contingenciamento de recursos que sua pasta sofre. Chegou a dizer que poderia deixar o ministério. Gil está pressionado por ter gasto 9 milhões reformando o seu gabinete sem licitação e utilizando os serviços de marido de assessora.
REAJUSTES SALARIAIS
Continuam as pressões de servidores públicos federais por reajustes salariais. Os militares pleiteiam reajuste de 23%. Há ainda o projeto de lei que trata do reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que está sob análise da Câmara dos Deputados.
CPIs
Está em julgamento no Supremo Tribunal Federal mandado de segurança que tenta garantir às minorias do Senado o direito de instalar comissões parlamentares de inquérito. Concluído o julgamento, que hoje está 4 X 0 contra o governo, poderão ser resgatadas CPIs problemáticas, como a do Waldomiro e a dos Bingos."

retirado do blog do noblat

valeu

domingo

premio dinamite e lee scratch perry

premio dinamite

ontem assistindo o programa alto falante, vi um compacto do premio dinamite, premio da música independente. aqui vão alguns dos ganhadores:

melhor programa de tv - alto falante (programa que passa todo sabado na tv cultura a uma e meia da manhã)
melhor revista - outra coisa
melhor site - whiplash (www.whiplash.net)
melhor artista de rap - black alien
melhora artista de rock - cachorro grande

lee scratch perry
o neurótico do reggae, um cara que enterreva o disco na terra uma semana e depois dizia, agora o grave tá bom. mas apesar das excentricidades um gênio da música popular, um dos criadores do dub, propagadores do reggae pelo mundo, produtor de bob marley, max romeo, the clash, etc.

Pra afugentar o diabo

Por Ramiro Zwetsch

Bob Marley ficou na saudade. Ele escutou “War In a Babylon” antes de ser gravada e salivou. Pediu a música mas Lee Perry bateu o pé: aquela já tinha dono. “Eu tive que ser forte senão aquela seria mais uma música do repertório de Bob Marley, ainda que fosse de minha autoria. Depois, ele fez algo muito parecido em “Three Little Birds” (a linha de baixo é muito próxima). Era a minha chance e eu a agarrei”, lembra o felizardo co-autor e intérprete da faixa no encarte da caixa “Arkology” – um bom apanhado da obra de Perry em três CDs.
“War In a Babylon” virou um emblema da música jamaicana, abriu o horizonte de visibilidade do cantor Max Romeo e gerou um álbum homônimo, lançado em 1976, de relevância maiúscula na genealogia do reggae. Até ali um coadjuvante de luxo, Romeo ganhou reconhecimento como intérprete versátil, bom letrista e porta-voz de um potente disco-protesto recheado de clássicos – como “One Step Forward” e “Chase The Devil”.
Seu potencial encontrou todos os elementos de ressonância no mitológico estúdio Black Ark. O proprietário era um dos sujeitos mais excêntricos da história da música pop: Lee Perry – também conhecido como Lee “Scratch” Perry, vulgo The Upsetter, identidade secreta de Jah Lion, pseudônimo de Super Ape, apelidado Pipecock Jakxon. Little Perry para os íntimos. Como preferir. Nascido Rainford Hugh Perry, o produtor, compositor e engenheiro de som cultiva tantas polêmicas em seu currículo quanto trocas de nome artístico ao longo de sua carreira.
Da mesma forma que disputa com Bob Marley o título de inventor do reggae, também reclama pela paternidade do dub – atribuída, por muitos, ao igualmente lendário produtor King Tubby. Na bíblia All Music Guide (www.allmusicguide.com), as primeiras linhas de sua ficha técnica o apresentam mais ou menos da seguinte forma: “Alguns o chamam de gênio, outros de insano completo. A verdade é que ele é ambas as coisas mas, o mais importante: Lee Perry é uma figura central do reggae – produtor, engenheiro de som e compositor que, assim como King Tubby, ajudou a moldar a sonoridade do dub, e fez do reggae uma fatia bem servida da música pop mundial”.
CANO EM SAMPA
Uma introdução e tanto. Suas indiscutíveis contribuições à música convivem com episódios bizarros, e essa mistura resulta em uma das mais intrigantes biografias musicais. Em uma de suas estocadas mais recentes, em 2002, ele deixou de embarcar para São Paulo (onde faria duas apresentações no Sesc Pompéia pelo festival Dub Mamute) sob o pretexto de que o bilhete aéreo estava amaldiçoado. Não foram poucos os decepcionados e alguns pediram o reembolso da grana dos ingressos. Mas quem optou por assistir aos outros shows da programação não se arrependeu. O outro protagonista do festival, Mad Professor fez às vezes da casa à frente dos músicos da banda de seu parceiro Perry e lavou a alma dos presentes. “Sun Is Shining”, “Police And Thieves”, “Burnin’ and Lootin’”, “Chase The Devil” e “War In a Babylon” foram alguns dos tópicos abordados na aula de dub ao vivo, que o Sesc assistiu em duas (ou três?) noites.
Antes de cancelar seu embarque, em reportagem de Cláudia Assef para a Folha de São Paulo, Perry prometia: “depois de mim, o país vai chamar ‘Scratchzil’”. Na mesma matéria, ele comentava outras bizarrices mais lendárias que protagonizou. Em 1983, ele incendiou seu Black Ark por acreditar que o diabo circulava pelo local. “E não fiz outro (estúdio) porque não quero ajudar a Jamaica. Eles já me roubaram o suficiente. Roubaram minhas fitas e não sabiam apreciar minha música. (....) Nem existia Bob Marley quando eu apareci. Eu escrevi “Jah Live”. Se ele a tivesse escrito realmente, Jah não o teria deixado morrer. Jah vai voltar, vai voltar.”
DREAM TEAM
A treta entre Marley e Perry não se restringe à questão de autoria dessa ou de outras músicas. A parceria fértil não demorou em mexer com os gênios explosivos de ambos. Na virada dos 60 para os 70, eles trabalharam juntos intensamente. Os Wailers encontraram na companhia dos Upsetters – banda de estúdio recrutada por Perry – o aconchego instrumental para as harmonias vocais. Era muito músico talentoso junto. Ao trio de frente (formado por Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer) somaram-se os irmãos Barret – Aston “Family Man” (baixo) e Carlton (bateria), uma dupla de zaga afinadíssima –, o guitarrista Alva Lewis e o tecladista Glen Adams (ex-Heptones). Um time completo sob regência de Lee Perry.
Com essa formação, Bob Marley & The Wailers gravaram “Soul Rebels”. Lançado pelo selo Trojan Records, o disco foi o primeiro do grupo a sair no mercado internacional. Musicalmente, a nova formação resultou em um salto na sonoridade dos Wailers. Na biografia de Marley “Queimando Tudo”, o autor Timothy White explica a mudança assim: “Trabalhando com os Wailers, Perry desenvolveu-os a ponto de se tornarem uma unidade com forte propensão ao rock que tipificava o melhor na exploração dos primórdios do reggae. Foi Scratch quem redirecionou o grupo em termos musicais e vocais. Insistiu com Bob para que mudasse seu jeito largadão de cantar e os vocais de Marley de repente se tornaram pujantes, melancólicos, desobstruídos da tola ginástica de trinados que às vezes estragavam os discos de ska e rocksteady de 45 rotações dos Wailers”, escreve. E acrescenta: “E Perry não era obcecado por metais como tantos outros produtores jamaicanos; preferia uma guitarra rítmica empedernida que pudesse se ater a levadas pungentes e girasse em torno da linha de baixo, que ele permitia chegar ao primeiro plano. Carl Barret era um gênio no estilo de batida “one drop” do reggae (...) e tinha um sotaque que parecia o primeiro chacoalhar selvagem dentro do covil das cobras.O tempo era marcado com bastante peso, volátil, insistente como uma criança manhosa.”
Metáforas à parte, enquanto White prefere atribuir a transformação da sonoridade a uma aproximação com o rock, outro escritor encontra maior coerência na comparação com o funk norte-americano. Segundo Davit Katz, autor de “People Funny Boy” (biografia de Lee Perry), “James Brown foi especialmente uma forte influência” naquelas gravações. “Lee Scratch Perry confirma que Marley veio a ele com ‘My Cup’, uma mutação da gravação de James Brown ‘Guess I’ve Got To Cry, Cry, Cry’. Perry sentiu-se incapaz de recusá-la. E assim começou uma nova fase do reggae.”
A ARCA PERDIDA
Não é exagero. “Soul Rebels” é quase uma cartilha para a evolução do reggae dali em diante. A parceria com Perry, no entanto, desandou. Os Wailers efetivaram os irmãos Barret em sua formação, assinaram contrato com a gravadora Island em 1972 e protagonizaram uma nova revolução no reggae com os álbuns “Burnin’” e “Catch a Fire” – ambos lançados em 1973 e produzidos pelo anglo-jamaicano branco Chris Blackwell, proprietário da Island. Perry ficou ressentido. “Foi Bob quem organizou tudo, com o dinheiro de Blackwell. Eles levaram meus músicos. Mas eu não guardo mágoas de Aston e Carlton porque o dinheiro fala mais alto”, disse, em uma entrevista de 1984.
Apesar das feridas não cicatrizadas, Marley e Perry continuaram amigos ao longo dos anos 70. Enquanto os Wailers ganhavam o mundo definitivamente, o produtor continuava com suas experimentações de estúdio e seria reconhecido como um dos maiores responsáveis pela febre do dub no mesmo período. Antes de sucumbir às cinzas, o fecundo Black Ark deu à luz um punhado de álbuns notórios de reggae e dub: “Police And Thieves”, de Junior Murvin (1977), “Party Time”, dos Heptones (1977), e “Super Ape”, The Upsetters (1976) são alguns exemplos. O citado “War In a Babylon” é outro. Max Romeo foi integrante dos Upsetters em uma formação anterior à parceria com os Wailers. Até ali, tinha um único disco-solo, “Reveletion Time” (de 1975). Considerado “essencial para qualquer coleção de reggae” pelo All Music Guide, “War In a Babylon” reverbera não só pela química entre Perry e Max Romeo. A sonoridade quente pinga o suor de um discurso inspirado pelo calor do cenário político jamaicano.
BABILÔNIA FERVE
Às vésperas das eleições presidenciais, o clima era de tensão nas ruas e a truculência policial se espalhava. O cenário se projetava na letra de “War In A Babylon”:
“War In a Babylon (Guerra Na Babilônia)/
Tribal War In A Babylon (Guerra Tribal na Babilônia)/
It Sipple Out Deh (?????)/
The Policeman No Like The Dreadlocks Man (Os Policiais Não Gostam dos Dreadlocks)/ The Dreadlocks Man No Like The Policeman, No (Os Dreadlocks Não Gostam dos Policiais)”.
Tais versos vinham embalados pela tal linha de baixo que chapou Bob Marley e pontuados por backing vocals rasgados e liderados por Marcia Griffiths (intérprete do hit “Feel Like Jumping” e uma das três vozes do grupo I-Threes, que acompanhavam os Wailers).
“A idéia veio do que estava acontecendo, da nova onda de violência que se arrastava. Decidimos escrever uma música sobre aquela situação e Perry deu a idéia. Ele disse ‘it rough out a street, things sipple out there’. Eu apenas acrescentei ‘War In a Babylon, a sipple out there’, e começamos a escrever a letra. Foram bons aqueles dias, Lee Perry tirava o melhor de mim”, disse Max Romeo em entrevista de 1994. A música é a última no lado A do vinil – mesma face que oferece ao ouvinte as outras duas melhores faixas do disco: “One Step Forward” e “Chase The Devil”.
A primeira abre o álbum com um recado direto para Michael Manley, primeiro-ministro jamaicano. Os versos “One Step Forward, Two Step backward (Um passo para frente, dois para trás)” introduziam a letra – uma sugestão de que o político não estava cumprindo com os compromissos socialistas e estava de rabo preso com Estados Unidos e Reino Unido. O arranjo acomoda a melodia melancólica no primeiro plano e, já na primeira faixa do disco, Romeo dá uma amostra de onde sua voz vai chegar ao longo do álbum. Seu falsete conduz a música ao transe com naturalidade, sem excessos.
O EXORCISTA
A mesma combinação ganha peso e balanço em “Chase The Devil” – talvez o ápice criativo da parceria entre Perry e Romeo. O groove da faixa, com vocal e tudo mais, serviu de inspiração para o Prodigy aproximar o reggae do breakbeat em “Out Of Space” e o refrão tornou-se relativamente conhecido dos devotos da música eletrônica. A versão original, infinitamente melhor, leva o reggae ao êxtase. A linha de baixo flutua escorregadia como se desviasse dos golpes secos da guitarra rítmica no contratempo. Tudo muito simples e bem encaixado. A base aquece o timbre de Romeo e a alquimia ferve.
Enquanto a letra disserta em versos sinistros sobre uma desavença com o demônio, o caldeirão instrumental borbulha.
“Lee Perry escreveu a letra. Ele tinha alguma controvérsia com o diabo, não sei se ele tinha alguma obsessão em fazer algo sobre o diabo. Ele apareceu com a música sobre o enforcamento do demônio, que falava em cortar a garganta dele e jogá-lo no fogo. Daí eu disse: ‘Você não precisa fazer isso. Vamos apenas caçá-lo e enviá-lo à outra dimensão para ele encontrar uma nova raça’.”, diz o intérprete no encarte de “Arkology”.
Com a intervenção de Romeo, a primeira parte da letra ficou assim:
“Lucifer son of the mourning, I'm gonna chase you out of earth! (Filho de lúcifer, eu vou cacá-lo)/
I'm gonna put on a iron shirt, and chase satan out of earth (Vou vestir uma camisa de ferro e caçar satã pelo mundo afora)/
I'm gonna put on a iron shirt, and chase the devil out of earth (Vou vestir uma camisa de ferro caçar satã pelo mundo afora)/
I'm gonna send him to outa space, to find another race (Vou mandá-lo para outra dimensão, para encontrar uma nova raça)/
I'm gonna send him to outa space, to find another race (Vou mandá-lo para outra dimensão, para encontrar uma nova raça)”
Só essa tríade de clássicos já eleva “War In a Babylon” à condição de clássico do reggae – e essa constatação só ganha argumento com as outras faixas do álbum. Max Romeo atribui parte do êxito à magia que o Black Ark exalava sob os feitiços de Lee Perry. “Ninguém sabe qual era a técnica que Perry usava porque ele sobrepunha camadas para rechear os quatro canais. Era mavailhoso. A vibração do Black Ark era única”, descreveu o intérprete para o “The Rough Guide To Reggae”. Infelizmente para o reggae, a parceria entre Perry e Romeo parou ali. As desavenças entre eles se tornaram insuportáveis e cada um seguiu seu rumo na música.

retirado do site radiola urbana

valeu

sábado

millor

E já que semânticos recém-entrados na semântica voltam a discutir sobre de onde nasceu a palavra eu entro aqui com...

...um tímido atrevimento.

Dizem que a revista alemã Burda em Portugal se chama Nárdegas. Parece que os portugueses resolveram enobrecer semanticamente essa parte do corpo, antigamente indigna; porém continuando a cobri-la com a tanguinha do r (proporcionalmente, na palavra, bem maior que as peças usadas aqui pelas moçoilas de Ipanema).

Mas o fato é que a bunda (falo da feminina!), a velha e inefável preferência nacional, de uns tempos pra cá, assumiu mesmo.

É bundinha pra cima, é bundinha pra baixo, bundinha apresentada assim como quem não quer nada (se isso é possível), ou como quem quer tudo, de frente (há bundinhas de frente?) ou de perfil, a qualquer hora do dia ou da noite, no jornal, nos cartazes de rua e, sempre, nos comerciais de cinema ou de tevê – e já, já no rádio. Como? Eles inventam! Isso sem falar da praia onde eu moro, com suas bundinhas ao vivo, soltas e livres, tentadoras como Deus as fez e feminismo nenhum consegue desmoralizar (corrijo, moralizar).
É, ao que tudo indica, a bunda agora veio pra ficar.

Nossos avós, naturalmente, já tinham visto muitas bundinhas, claro que pré-libidinosas – pelo menos pra adultos normais –, de bebês e crianças pequenas, em variados anúncios. Mas essa bunda nascitura ou infantil não visava, repito, ao erótico, mas ao utilitário – queria só vender fraldinhas e talquinhos.

Em suma, não só mudou a força da apresentação como a própria relação bunda-produto. Entre o talquinho e o traseiro recém-nascido, era natural a relação. Mas hoje, se ainda é óbvia a relação entre o admirável derrière da garota-propaganda e o jeans que ela despe, e até mesmo entre o posterior supimpa da Bundchen (que não se perca pelo nome) e um ferro de engomar (possivelmente vai passar a calça que vestirá a bunda, eta-ferro!), já se torna mais difícil perceber a relação entre a bunda e um cruzeiro nas ilhas gregas (a não ser que você seja mais malicioso do que eu), entre a dita parte do corpo e uma marca de uísque nacional e entre a mesma excelsa particularidade anatômica e a venda de ações, digamos, do Banco do Brasil.

Mas tudo vale a pena quando a bundinha não é (excessivamente) pequena.

Enfim, não sei se é um progresso ou um regresso – em se tratando de traseiros tudo é, lato sensu, regressivo –, porém a bunda, que passou de imoral a triunfal, corre o risco, como estão vendo, de, em pouco tempo, ser apenas material de reflexão social e filosófica.

Mas olha só essa que vai passando aí!

aconteceu, acontece e vai acontecer

o dj green lantern foi mandado embora da shady records. pelo jeito ele tava passando informaçoes dos projetos que ia ser lançados na shady. a shady records que ainda fechou com o pharohe monch, que uma das lendas do underground, foi ele e o prince po, com o organized konfusion que começara esse tal de underground.
o public enemy tá de volta. um disco novo deve sair esse ano ainda. por enquanto foi lançado um disco ao vivo de 87, gravado em londres.
o rza montou um selo pra lança a galera que não tá tendo muita chance da wu tang corp. tambem tá trabalhando com o method man, pelo que eu entedi no disco inteiro, e tambem com a pink, aquela cantora pop que já cantou com missy, mia, e com o redman.
em julho sai disco novo do kanye west, e logo sai o do common, todo produzido pelo kanye west. já tem um single rolando, com o last poets e com o kanye west.
o afu ra volta em junho, com o disco "state of arts", com participações de masta ace, e com uma faixa produzida pelo premier.

por hoje é só...

valeu
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