quinta-feira

o som que me embala

se tempo é dinheiro então vou faze hora
e vou querer a minha parte em dolar
por isso que eu atraso, por isso que eu demoro
pra cumpri os prazos
as vezes eu começo quase sempre eu não termino
é um embaraço a minha linha do destino
quem planta o tempo, colhe o tempo então eu luto contra o tempo e pelo menos tento
quando eu me canso eu peço tempo mas o tempo é violento não tem dó nem piedade
são as marcas do tempo que revelam a minha idade,
eu já quis um dia ter um equipamento que me fizesse viaja pelo tempo
pra quê? hã ?! eu tenho vários argumentos... há!!
nunca mais eu sentiria arrependimento, eu saberia os resultados antes do planejamento
eu manteria as contas em dia mesmo depois do vencimento
concertaria o brasil desde o descobrimento, porque o barato é loco e o processo é lento
e o meu limite é o tempo

ouauu ouauu ouauu (voz feminina)

ó tempo rei autoridade máxima
o tempo cura a dor, o tempo enxuga a lágrima
o tempo é uma questão enigmática, é uma equação matemática
onde é 8 ou 80 ou só 80
70 mas não consegue então 60, pensa
50 50 não compensa então dispensa
não me contento se não for 100%
se eu desandar a rima cai no contra-tempo
se eu tropeçar a letra sai do andamento
só quem é fica sendo, então quem tem talento
enquanto o tempo vai passando eu vou rimando
tô esperando, mas quem sabe faz a hora não espera acontece
mesmo assim eu espero porque eu quero ver saindo de você a essência
que leva a sua adolescência e te traz a experiência
o tempo é o senhor de toda a existência
eu tenho por tendência prevalecer no movimento
que nem a inércia
a rima é rhara que nem tapete persa
o vocal dispara e se dispeja
levado pelo vento senso de espaço tempo eu tava no centro
dando um moinho de vento na estação são bento hã!!
no limite do tempo

ouauu ouauu ouauu (voz feminina)

o meu limite é o tempo
vou devagar mas não sou lento
vai longe o pensamento fora do alcance do seu entendimento
bem que eu tento mas é impossível
eu já te disse esse é o próximo nível
passar batido imperceptivel
mas não vai dar eu vou mandar um míssel atômico
estéreo-fônico, superssônico, estado crônico, sinônimo, antonimo
eu falo sério mas eu sô cômico e continuo anônimo
mas eu não ligo, não quero a fama, quero a grana quero ficar rico
com hiphop é difícil... então eu rimo só por vício
na bera do pricípicio entre a vida e o suicídio
se me empurra é homicídio, se eu caio é acidentepra morte é indiferente
porque o tempo é linear e segue a mesma direção
ela tá lá no fim da linha me esperando como facão e disso ninguém tá isento
mas meu limite não é a morte..não... o meu limite é o tempo

ouauu ouauu ouauu (voz feminina)

"o limite é o tempo" rua de baixo
base com um sample do dorival caymmi
ritmo lento e a letra sem comentários

o mp3 tá no endereço:
http://www.realhiphop.com.br/audio_video/Rua de Baixo - Limite È o tempo (mumu mix).mp3

injete um pouco de rap nacional, quer dizer carioca no seu hd

eu sempre tive uma simpatia pelo rio de janeiro, sempre vi uma cena cultural muito louca lá. além de ser uma cidade que junta tudo, pobre, rico e tudo o mais na praia, e ser a porta de entrada para o brasil.
a cena musical não deixa por menos, e muito menos o rap mano.

caramujo sonolento - esse é, se eu não me engano, um alterego do de leve. voz muito louca, me lembra o quasimoto, e uns instrumentais muito loucos, daquele jeito curtidinho bem caracteristico do underground. o de leve é de niterói, que pra mim é perto do rio.

gutierrez - mc carioca, com uma das vozes mais loucas do rap. uma levada caracteristicas e uma produção de deixar muita gente de boca. já tinha ouvido falar no boomshot e no blog do dj tamenpi, mas quando peguei não deu outra...

rabú gonzales - tambem do rio, esse cara vem até com a malandragem. uma voz meio fanha, tirando altas ondas e curtindo pacas. não é um som sério, mas é música de primeira, que tá meio em falta hoje em dia.

a filial - esses caras são cabulosos. quando escutei a primeira vez nem sabia direito o que era underground, e sabia pouco do rap feito fora de sampa. esses caras ajudaram a abrir a minha mente e não levar o som sempre a sério, pois música foi feita pra curtir.
além de mcs de primeira, eles tem uma produção bem brasileira cheia de samba e swing, do funk ao jazz.

quinto andar - esse nem precisa falar muito, e eu já tô cansado de fala deles. mas são bão, podecrê...

esses caras tem uma coisa em comum, estão todos com músicas disponíveis no trama virtual. se você não conhece é uma site (www.tramavirtual.com.br) de música independente, que qualquer um pode chegar e disponibilizar seu som.
pra baixar os mp3 tem que ser cadastrado.

valeu

quarta-feira

os djs estão bombando

acabei de terminar de escutar um programa com o dj cia, do smart biz, muito classe. o cara acabou de voltar dos estados unidos e pelo jeito fez altas conexões e fai lançar umas paradas bem classe.
fora ele o dj hum, ano passado, lançou um disco independente que alcançou todas a rádios do brasil. não me lembro de um disco independente que conseguiu isso. e além disso ele aparece representando o hip hop na revista especial da superinteressante, a história do rock brasileiro.
ainda o dj primo esse mês aparece em uma revista feminina representando a moda hip hop. parece a mó pagação, mas é uma parada de casal, e a mina dele é modelo. o dj primo tambem é o cara que representa o underground pelo pop brasileiro, é dj do md2. pra quem não conhece tem um boomshot com ele, discotecando.

esses dias, eu por acaso, tambem vi a negra li e o helião e percebi que o negro rico, dj deles, tava usando duas pick ups digitais. isso quer dizer, tá dando grana pro maluco, e normalmente os djs continuam mantendo a forma original do rap.

e pra finalizar, um dos maiores produtores do mundo é um dj, salve premier

valeu

domingo

o iluminado

finalmente a música, ou o filme se preferir. o iluminado (the shining), é o filme que passou ontem no cine belas artes do sbt.
um filme de stanley kubrick, com jack nicholson no elenco. foi lançado em 1980, e é baseado em uma obra de stephen king, com o mesmo nomedo filme.
com uma fotografia muito interessante e com muita cara de inverno.
não sou fã de filmes de terror, mas esse eu tiro o chapéu, meio cult e com poucos dialogos e nenhuma morte concreta, uma coisa meio estranhas em filmes de terror.

mas pô véio o que isso tudo tem a ver com a música que anunciou esse post?
a música do filme é de wendy carlos e rachel elkind. e foi ela que me captou no começo do filme. uma das coisas que me chama atenção no filmes antigos é a trilha sonora, normalmente orquestrada, feita especialmente para os filmes.
nesse filme existem várias cenas que não acontecem nada, mas a música te dá uma angústia que qualquer coisa não esperada te assusta. eu me assustei com o cara tirando o papel da máquina de escrever, culpa da maldita música.

a quem interessar a história, o filme é em volta do isolamento que deixa jack (jack nicholson) louco. ah, e o filho tambem tem um talento a mais.
não sou bom contador de histórias já prontas, mas vale a pena assistir esse filme.

valeu

quinta-feira

millor de novo

millor fernandes é um dos maiores gênios da atualidade e um humorista que ate hoje eu não conheci melhor. o que vai abaixo é um texto que saiu na revista trip.pra quem prefirir ver no site da trip, lá ainda tem umas imagens muito loucas. ele ainda tem um site que tem várias coisas de sua autoria.

O ar-condicionado esconde os 38ºC do lado de fora das persianas que tingem de vermelho o estúdio de Millôr Fernandes. A TV da ala azul está ligada no enterro do papa. Há estantes com livros e quadros em todas as paredes e, sobre a escrivaninha, alguns desenhos do pontífice metamorfoseado no Grito, de Edvard Munch, publicado em sua coluna semanal na revista Veja em abril. Como é sexta-feira à tarde, Millôr dispensou suas duas funcionárias e prepara sozinho os dez cafés que toma por dia. Enquanto pilota a máquina de expresso, mostra que também domina a arte do discurso dispersivo.

Começa falando de Shakespeare, salta para Lula, imita Nelson Rodrigues, satiriza Freud e Jung, comenta sobre o Viagra, elogia as garotas de Ipanema, divaga sobre o presente, volta para o passado, prevê o futuro. O guru do Méier é dono de uma rapidez mental impressionante e de uma inteligência desconcertante.

Millôr nasceu Milton Viola Fernandes, em 16 de agosto de 1923. Por um descuido de seu pai, Francisco, foi registrado só em 1924. O desleixo só não foi maior que o do escrivão, que rabiscou Millôr em vez de Milton. Quando descobriu o erro, já publicava desenhos na imprensa e resolveu adotar o neologismo.

Vanguarda
Nos seus mais de 60 anos de carreira, trabalhou como jornalista e desenhista em diversos jornais e revistas. Foi um dos fundadores do Pasquim, uma das maiores referências do jornalismo de resistência no Brasil. Mas Millôr prefere olhar para a frente, tanto que se esquivou de uma participação efetiva no projeto nostálgico da mesma turma na revista Bundas, em 1999, e no Pasquim 21, em 2002. As duas publicações — capitaneadas pelo antigo parceiro Ziraldo — foram à bancarrota, confirmando uma frase antiga de Millôr: “Quem é nostálgico não tem futuro”.

Ao todo, são mais de 50 livros de prosa, poesia e desenhos, 22 peças de teatro, sete roteiros individuais para o cinema, uma adaptação para a televisão de Memórias de um Sargento de Milícias, algumas músicas e 100 traduções de obras-primas de Shakespeare, Cervantes, Molière, Sófocles, Brecht, Fassbinder e Beckett. Aos 82 anos, segue firme em seu ofício — criar. Depois de 22 anos afastado da Veja, voltou a fazer uma coluna semanal na revista em setembro do ano passado. Em abril, a editora Argumento relançou sua revista Pif Paf — censurada pela ditadura. Para desgosto dele, que desdenha das multidões, mantém atualizado um premiadíssimo site que chega a ter 50 mil visitas por dia. “Se eu soubesse o que atrai tanta gente, nunca mais faria de novo”, brinca.

Fale ou fax
Autodidata, Millôr é hoje um dos últimos homens da renascença carioca. Mantém seu grau de hedonismo calibrado com longas caminhadas pela orla e a orientação de uma personal trainer. Embora dificilmente dê entrevistas, se mostra um anfitrião agradável. Durante a conversa, só atende ao telefone quando reconhece a voz de quem obedece à sua secretária eletrônica: “Fale ou fax”. Tenta virar entrevistador a todo momento e usa o humor para ocultar ou escancarar o que quer dizer.

Em poucas palavras, Millôr é um gênio completo que transita pela dramaturgia, música, literatura, cinema e desenho. Por isso, quando conta que inventou o frescobol ou que foi vice-campeão da pesca ao atum na Nova Escócia, o que pode parecer falsa modéstia é apenas constatação do incontestável: ele não tem substitutos vivos e sabe disso. Em seu ateliê em Ipanema, fala abertamente sobre religião, política, sexo, drogas, felicidade e idiotices. As horas passam rápido. De tempos em tempos os cucos dos relógios chamam a atenção. Cinco badaladas depois, a entrevista acaba. Millôr fica na cabeça.

frases (per)feitas
A argamassa da obra de Millôr é feita de pensamentos soltos, textos curtos e frases. As melhores são como cacos de algo que nunca se quebrou — sua genialidade é tão profunda quanto rasteira e tão séria quanto humorística. Abaixo, o guru do Méier em seus melhores momentos.

“Nunca deixe de fazer amanhã o que pode deixar de fazer hoje.”

“Celebridade é um idiota qualquer que apareceu na televisão.”

“Quem se curva aos opressores mostra a bunda aos oprimidos.”

“A alma enruga antes da pele.”

“Os pássaros voam porque não têm ideologia.”

“Todo homem nasce original e morre plágio.”

“Divagar e sempre.”

“A beleza é a inteligência à flor da pele.”

“Deus é bom. Está é muito mal cercado.”

“A coisa mais ridícula é todo mundo.”

“Nossa vida é um dramalhão, que os outros, naturalmente, assistem como comédia”.

a matéria completa está na revista, que infelizmente é cara pacas, mas quem sabe um dia a gente chega lá.

valeu
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